Depois de algum tempo mergulhado na ausência a este meio difusor de opiniões, eu retorno. É sempre assim que a galera começa para justificar que não tinha inspiração para escrever ou que era mais legal fazer qualquer outra coisa, certo?
Bom, vamos lá!
Estou ouvindo "confortably numb" do Pink Floyd, os solos de David Gilmour são de fatos inspiradores. Não é ironia não! Para um cara que tinha o sonho de empunhar uma guitarra como eu e sair por ai, estes solos são, no mínimo, inebriantes. Mas novamente penso em abordar sobre a vida que levamos, falar sobre rotina, decepções, privações e empatia.
Caros leitores (Como se fossem váários!), se vocês são como eu, pessoas que estão sempre questionando dentro de seus íntimos, devem de vez em quando chegar a conclusão de que a rotina é algo massacrante e desolador, pelo menos quando a rotina não diz respeito ao "amor profissional" que almejamos com todos o fios ilusórios de nossos pensamentos.
Ouço muita gente dizendo que ama o que faz, acho isso fantástico, mas até que ponto isso tudo é verdade? Não estamos no sistema? Não somos vítimas dele? "C´mom boy, give me your money and I´ll show you how to live!" Não temos que escolher, na maioria da vezes entre "ser" e "ter"? Isso é uma coisa que acaba vindo sempre à minha mente, pois pelos últimos perreios que andei vivendo, tenho optado pelo tentar manter o "ter" e isso é ridículo, mas não vejo novas opções. De boa, não dá nem para eu arrumar um estágio miserável de aprendiz de jornalista, não paga nem a faculdade! Sonho? É, de fato, romântico entregar-se a ele, mas vendo de dentro e de fora do planeta meu mundo, isso é uma ilusão, algo que somente, os românticos mesmo podem conceber. Eu achava que seria um deles, mas por enquanto, estou mais para "time is money" do que para Che Guevara.
Qual tópicos temos que contemplar aqui hoje mesmo? Rotina... já foi, ah sim! Decepções!
Impossível falar de um sem passear pelo outro, a não ser pelas pessoas que vivem na bolha romântica como citei a pouco.
Quem não se decepciona com a atitudes das pessoas ao redor, com o trabalho, com os amigos, com a namorada, esposa, filhos, consigo? É, esse sentimento vem blindado, pela falta de ânimo e pelas desculpas que damos para nós mesmos. Esse é o problema! É quentinho e confortável como a cama com cobertores macios num domingo de outono chuvoso. Arrumamos desculpas para tudo que dá errado, é fácil e como nos decepcionarmos com o que esperávamos de determinada coisa ou fato, mas tampouco nos questionamos o porque do resultado destas experiências macabras. Não nos privamos de nada em prol desta causa maior que é o contentamento,(os românticos talvez pensem que o fazem), mas é prático ceder à acomodação, sem verificar a fundo o porque as coisas dão errado. É clichê, mas é verdadeiro: Vida = escolhas + ação= reação em sentido contrário.
EMPATIA! Bela palavra. A susposta carta de despedida deste mundo escrita por Kurt Cobain a cita de maneira estranha: "Por Francis (filha dele). Paz, amor e empatia, Kurt Cobain" BUM! e estourou os miolos com uma espingarda calibre 12. Ele usou de todos os sentimentos que a heroína em suas veias podem ter inspirado, menos a empatia.
Levando em termos simples, empatia é colocar-se no lugar dos outros antes do "escolha, ação, reação". Pensem bem, se ele amava mesmo a filha e a esposa ele estouraria mesmo os miolos?
Ele foi egoísta filho da puta, isso sim! Mas as pessoas fazem isso mesmo, agem muitas vezes pensando apenas em benefícios próprios, colocando a rotina, decepção, enraivecendo as privações à frente de tudo como desculpa (depois que inventaram essa palavra, tudo ficou fácil, disse outro dia um amigo meu), para exercitar o mesquinho e vaidoso egoísmo que existe no fundo do coração de cada ser humano. Empatia em excesso também faz mal. Dosar apenas o lado do outro nas relações humanas faz com que o esperto exerça com mais otimismo o egoísmo, então devemos pensar nas pessoas antes de falar, agir, pedir desculpas e colocar-se em seu lugar, mas não virarmos otários manipulados.
Nossa, acho que o repeat do Winamp está cansado, já foi obrigado a reproduzir umas vintes vezes os solos de Gilmour, coitado, talvez eu deva me colocar em seu lugar, eu não faria isso por ele, aliás, por mim, acho que tô ficando louco, enfim...